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quarta-feira, 17 de setembro de 2008

É assim que se vê



Estudo revela como o cérebro vê e por que é possível confundir veleiros e xícaras.

Cientistas que iludiram macacos trocando imagens de barcos a vela por xícaras descobriram como o cérebro aprende a reconhecer objetos, uma descoberta que pode levar a robôs capazes de "ver".



"Uma das questões centrais de como o cérebro reconhece objetos e rostos é que a pessoa essencialmente jamais vê a mesma imagem duas vezes", disse James DiCarlo, professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). Ele disse que os seres humanos não encontram problemas para reconhecer um cachorro, não importa a condição em que o animal esteja. "O padrão de luz nos olhos jamais é o mesmo quando uma pessoa vê um cônjuge ou um cachorro, mas a pessoa sempre reconhece nessas imagens a criatura que ama", disse DiCarlo, cujo estudo foi publicado na revista Science.

Os cientistas acreditam que as pessoas consigam compreender as imagens ao recolherem uma série de instantâneos sobre o mesmo objeto em um prazo curto de tempo. Para testar essa idéia, a equipe liderada por ele preparou uma experiência com dois macacos, na qual os cientistas tentaram iludir os animais de forma a levá-los a esquecer seus pressupostos sobre um objeto.

Os pesquisadores afixaram eletrodos às porções dos cérebros responsáveis pelo reconhecimento de objetos para testar especificamente mudanças em neurônios que reconhecem imagens de um veleiro. Os macacos ganhavam doces quando contemplavam uma tela com imagens de um veleiro.

Quando a atenção dos macacos se desviava, os pesquisadores substituíam uma das imagens de veleiro pela de uma xícara - mas apenas uma. Depois de algumas repetições, os neurônios que respondiam a imagens de veleiros nos cérebros dos macacos começaram a responder também a imagens de xícaras.

DiCarlo diz que o estudo com macacos repete procedimento parecido envolvendo seres humanos e sugere que é provavelmente assim que as pessoas aprendem a categorizar e reconhecer os objetos que vêem.


Diário de Comércio


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