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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Menino cego usa "sonar" para "ver" o mundo




Técnica semelhante à usada por morcegos e golfinhos ajuda britânico de 7 anos a se movimentar e até a jogar basquete.

Um menino britânico de 7 anos, cego, conseguiu aprender a "ver" objetos usando sua audição.

Lucas Murray estala sua língua e usa o eco provocado pelos objetos para construir o cenário em seu entorno.

A técnica é semelhante à do sonar usado por morcegos e golfinhos.

Lucas estala sua língua no céu da boca, e pelo som que escuta do eco ele consegue descobrir a distância, a forma, a densidade e a posição dos objetos.

A técnica, conhecida como "ecolocalização", ajudou Lucas, que nasceu cego, a jogar basquete e a escalar montanhas.

Flash

Ele aprendeu o sistema com o californiano Daniel Kish, de 43 anos, que fundou uma organização não governamental internacional de ajuda aos cegos.

Os pais de Lucas, Sarah e Iain, viram Kish em um programa de TV e o convidaram para visitar o filho em sua cidade, Poole, no sul da Grã-Bretanha.


"O Lucas é capaz de estalar sua língua para determinar onde as coisas estão ao seu entorno e o que são essas coisas. Ele é capaz de se movimentar confortavelmente sem ter que se segurar em outras pessoas", afirma Kish.

"O estalo basicamente emite um som que reflete no ambiente um pouco como o flash de uma câmera", explica.

Mobilidade 'extraordinária'

Lucas consegue determinar a distância dos objetos ao estimar o tempo que o eco leva para voltar e é capaz de estimar a localização do objeto sabendo em que ouvido o eco é percebido primeiro.

A densidade e a forma do objeto é percebida pela intensidade do som que retorna.

Um objeto que se move para mais longe cria um som com volume mais baixo, e um objeto que se aproxima cria um som com volume mais alto.

Segundo Kish, Lucas determina as qualidades de um objeto pelas características do som que ele consegue perceber.


"Ele joga basquete, é capaz de acertar a bola na cesta com os estalos da língua. Ele consegue jogar muito bem", afirma Kish.

Para ele, a mobilidade alcançada por Lucas é "extraordinária".


Confira a técnica e a mobilidade do pequeno Lucas vendo a reportagem do The Sun



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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Os olhos podem ser uma janela para as doenças do coração



Janela para o coração

Por séculos, os olhos têm sido vistos como as janelas para a alma. Mas os cientistas agora acreditam que os olhos também podem fornecer pistas vitais para o risco de doenças cardíacas e derrames.

Esta pesquisa pode permitir que os optometristas e oftalmologistas passem a desempenhar um papel fundamental no diagnóstico para a identificação de sinais de problemas de saúde graves, que ameaçam a vida dos pacientes.

A visão escondida dos olhos

Pesquisadores do Centro para Pesquisas dos Olhos da Austrália confirmaram que os vasos sanguíneos da retina, localizada na parte posterior do olho, podem revelar alterações nos vasos sanguíneos de outras partes do corpo, especialmente no cérebro, nos rins e no coração.

O estudo demonstrou que os vasos sanguíneos da retina podem ser fotografados e as imagens analisadas por um programa de computador para determinar com precisão o risco de uma pessoa sofrer um ataque cardíaco ou um derrame, ou AVC (acidente vascular cerebral).

Evitar ataques cardíacos e derrames

Quando uma pessoa tem sintomas de uma doença cardiovascular, normalmente o dano no organismo já é irreversível. Desta forma, encontrar as pessoas com elevado alto risco e tratá-las o mais cedo possível, mesmo antes de terem os sintomas, pode minimizar os danos aos vasos sanguíneos e, potencialmente, evitar os ataques cardíacos ou o derrame.

Atualmente, os médicos estimam a chance estatística de uma pessoa desenvolver doenças cardiovasculares analisando os fatores individuais, como se ela é fumante, seu histórico familiar, peso, colesterol e pressão arterial. Depois de apresentar os sintomas, testes invasivos mais detalhados, como a angiografia, são necessários para confirmar o resultado e avaliar a gravidade dos danos às artérias do coração.

O objetivo dos pesquisadores é criar mecanismos pelos quais os exames dos olhos possam funcionar em conjunto com os exames tradicionais, permitindo o diagnóstico da iminência do problema antes que ele ocorra de fato.

Olhando dentro dos olhos

"O teste é simples, não tem efeitos colaterais e nem riscos, que estão sempre presentes no caso de exames invasivos como as angiografias, e resultará em medidas preventivas mais específicas," diz o Dr. Tien Wong, um dos autores do novo estudo.

"Nós sabemos que o tabagismo, o álcool em excesso, o sedentarismo e a má alimentação são ruins para nossa saúde, mas ver as evidências não com os seus olhos, mas dentro dos seus próprios olhos, pode ser a campainha capaz de acordar a pessoa para as mudanças necessárias," diz a Dra. Christine Bennett, que também participa da pesquisa.
Diário da Saúde

Exame dos olhos supera ressonância magnética no diagnóstico de derrame cerebral


Diagnóstico do derrame cerebral
Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins (EUA) descobriram que um exame dos movimentos dos olhos dos pacientes, feito na cama e com duração de um minuto, produz melhores resultados do que os caros e demorados exames de ressonância magnética para a detecção de derrames cerebrais e outros problemas vasculares.

Os exames de ressonância magnética, conhecidos como MRI, são recomendados para pacientes com riscos cardiovasculares e neurológicos elevados e que chegam ao hospital reclamando de vertigens, náuseas e sensação de tontura.

"A ideia de que um exame na cama possa superar um moderno exame de neuroimagem como o MRI é algo que a maioria dos médicos diria ser impossível, mas nós mostramos que isto é possível," diz o Dr. David E. Newman-Toker.

Causas das vertigens

As vertigens são um problema médico bastante comum, responsáveis por milhões de visitas aos prontos-socorros todos os anos. Enquanto a grande maioria dos casos são causados por problemas benignos relacionados ao ouvido interno, cerca de 4% dos casos são sinais de derrames cerebrais ou de ataques isquêmicos transientes, uma condição que frequentemente é um aviso prévio de que um derrame ocorrerá nos próximos dias ou semanas.

Como mais da metade dos pacientes com vertigens que estão sofrendo um derrame não apresentam nenhum dos outros sintomas - fraqueza em um dos lados do corpo, falta de sensações ou problemas na fala - os médicos das emergências não conseguem detectar cerca de um terço dos casos, perdendo a chance de um tratamento mais rápido e eficaz.

"Nós sabemos que o tempo é tudo, de forma que, se pacientes que estão tendo um derrame forem enviados para casa erroneamente, as consequências podem ser realmente sérias, incluindo a morte ou a invalidez permanente," diz o Dr. Jorge C. Kattah, que também participou do estudo.
Exame do movimento dos olhos

O estudo sobre o exame do movimento dos olhos foi sugerido por pesquisas anteriores que demonstraram que os pacientes que estão tendo um derrame cerebral apresentam alterações no movimento dos olhos que se correlacionam com os danos causados pelo derrame em diferentes áreas do cérebro.

Esses movimentos são diferentes das alterações causadas por doenças benignas, como a labirintite. Alguns pacientes, por exemplo, não conseguem ajustar imediatamente a posição dos olhos se sua cabeça for movida rapidamente para o lado, ou apresentam movimentos desconexos quando tentam focar um objeto ou olhar para o lado.

No estudo, os médicos submeteram cada paciente a três testes de movimentos com os olhos, procurando por sinais de incapacidade de manter os olhos estáveis quando a cabeça dos pacientes era girada rapidamente para os lados, movimentos aleatórios enquanto os pacientes tentavam acompanhar o movimento do dedo do médico e verificando a posição dos olhos para detectar se um deles ficava em posição elevada em relação ao outro.

A seguir, cada paciente foi submetido a um exame inicial de ressonância magnética, o exame de maior qualidade disponível atualmente para a confirmação de derrame em pacientes que reclamam de vertigens. Os pacientes cujos testes dos olhos sugeriam um derrame que não foi detectado na primeira ressonância magnética foram submetidos a um segundo exame de neuroimagem.

Simples, eficaz e gratuito

No final, 69 pacientes foram diagnosticados com derrame e 25 com problemas no ouvido interno. O restante apresentava outros problemas neurológicos. Utilizando apenas o exame dos movimentos dos olhos, os pesquisadores diagnosticaram corretamente todos os casos de derrame e 24 dos 25 casos de labirintite.

Por outro lado, o primeiro exame de ressonância magnética deu falso-negativo em 8 dos 69 pacientes com derrame, um erro que foi sanado no segundo exame de ressonância.

Os médicos afirmam que sua pesquisa foi conduzida com um número muito pequeno de pacientes, e que os resultados precisam ser confirmados em testes de mais larga escala. Contudo, eles estão entusiasmados com os resultados, incluindo a eliminação nos erros dos diagnósticos e o baixo custo para o sistema de saúde: "Os exames de movimento dos olhos são basicamente gratuitos, enquanto uma ressonância magnética pode custar US$1.000,00 ou mais," diz Newman-Toker.
Diário da Saúde
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