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terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dieta saudável previne doenças oculares


Especialista revela benefícios dos alimentos e dá receita de salada para quem quer ter boa visão


“Uma dieta bem elaborada, privilegiando alimentos antioxidantes – que combatem o envelhecimento – pode trazer grandes benefícios, retardando doenças como a degeneração macular, catarata, olho seco e tantas outras”, diz o doutor Renato Neves, diretor do Eye Care Hospital de Olhos.

De acordo com o medico, a ideia é aumentar a ingestão de vitaminas, minerais, proteínas saudáveis, ômega-3 e luteína, e reduzir a ingestão de sódio. “Frutas de várias cores e verduras de tonalidade verde-escuro, como espinafre, couve e brócolis, contêm antioxidantes que protegem os olhos, reduzindo os danos provocados pelos radicais livres. Ovos, milho verde, mamão, laranja e kiwi também contêm luteína, substância fundamental no combate à degeneração macular relacionada à idade. A esses alimentos, acrescentamos cenoura e abóbora, que também são ricas em vitamina A e contêm muita vitamina C”, diz Neves.

As pessoas ainda devem incluir na dieta importantes fontes de ômega-3, como peixes, castanhas, óleo de linhaça e canola, que segundo Dr. Renato, contribuem também para evitar a síndrome do olho seco – tão comum nas grandes cidades e na terceira idade. “Por isso é tão importante ficar de olho nas embalagens e preferir comprar alimentos prontos com baixa quantidade de sódio”.

Confira as sugestões de

"Salada para os olhos":

1 maço de espinafre cortado
6 folhas frescas de alface romana
2 cenouras raladas
1 berinjela pequena levemente cozida e cortada em cubos
1 maço de brócolis
Cubinhos de pimentões amarelo, vermelho e verde, sem pele
6 couves de Bruxelas
Sementes de linhaça dourada
Castanhas do Pará trituradas

“Molho Caesar Ocular”:

2 colheres (sopa) de óleo de canola
Suco de um limão
2 colheres (sopa) de vinagre de maçã
1 filé de anchova ralado
1 gema de ovo
1 colher (sopa) de mostarda de Dijon
100 g de queijo parmesão

Para uma refeição completa, a salada deve ser acompanhada de um salmão ou atum grelhado




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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Crianças também podem desenvolver catarata





O exame do olhinho pode diagnosticar a doença que deve ser tratada com urgência para não haver perda da visão








Apesar de se manifestar especialmente a partir dos 50 anos de idade, a catarata não é uma patologia que só compromete os adultos. Crianças podem nascer com o cristalino (lente natural do olho) opacificado e também podem ter a visão embaçada e as cores esmaecidas. Elas precisam de tratamento urgente quando têm este diagnóstico, para evitar a perda parcial ou total da visão, alerta a oftalmo-pediatra do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), Virgínia Cury.


Congênita
Muitas vezes causadas por doenças ao longo da gravidez, como a rubéola, o citomegalovirus (CMV) e outras infecções, ou relacionadas a fatores genéticos, a catarata congênita exige tratamento urgente. "A estrutura ocular perfeita é desenvolvida até os três meses de idade e a catarata congênita, se não diagnosticada a tempo, pode prejudicar esse desenvolvimento, impedindo que a criança desenvolva uma visão de boa qualidade ao longo da vida", explica Virgínia.

A catarata congênita pode ser diagnosticada já nos primeiros momentos de vida, no exame do olhinho, obrigatório por lei em todas as maternidades brasileiras. O profissional de saúde aponta uma lâmpada especial com uma luz vermelha para os olhos do bebê e verifica se há reflexo vermelho (cor natural da retina, o fundo do olho). Quando branco, esse reflexo indica a existência de algum impedimento como a catarata, por exemplo, para a chegada da luz ao fundo do olho. "Muitas vezes, a própria mãe percebe que há algo de anormal com o olho de seu filho durante o cuidado cotidiano. Já tive casos em que mães chegavam ao consultório afirmando que perceberam uma diferença na coloração da pupila da criança, quase imperceptível a olho nu", conta a médica.

Segundo a especialista, a melhor forma de prevenir ou diagnosticar a catarata congênita em tempo de tratar é fazendo o acompanhamento pré-natal e o exame ocular no recém-nascido. "É importante que a mãe vá a todas as consultas e faça todos os exames exigidos no pré-natal para que se consiga prever alguma irregularidade no desenvolvimento da criança e para que, ao nascer, possam ser tomadas as devidas providências, evitando a perda da visão do bebê. As chances de resolver o problema são maiores, quanto mais precoce for o diagnóstico", alerta Virgínia.


Catarata infantil
A catarata também pode acometer crianças na média infância. Fatores como heranças genéticas, traumas oculares, inflamações dentro do olho (uveítes) e o uso inapropriado de corticóides podem desenvolver a opacidade no cristalino.

A especialista do HOB salienta que, apesar de silenciosa, a catarata infantil tem sintomas que podem ser percebidos tanto pela criança quanto pelos pais ou professores. "O paciente apresenta baixa visão, embaçamento, dificuldade para enxergar. A criança também pode apresentar dificuldade para reconhecer pessoas perto ou para ver televisão. Há situações em que pais descobrem que há algo errado com os olhos dos filhos ao tirar fotos e perceberem um reflexo branco na imagem. Em todos os casos, é importante trazer imediatamente a criança para uma avaliação médica", lembra.


Tratamento
O tratamento tanto para a catarata congênita quanto para a infantil varia de acordo com a incidência da doença (em um ou em ambos os olhos), mas a cirurgia do cristalino ocorre nas duas situações. "Quando os dois olhos são operados, o oftalmologista espera a criança crescer até os seis anos de idade, quando o olho vai adquirir a proporção correta para implantar uma lente intraocular. Até lá, o paciente usará óculos para compensar o grau resultante da ausência da lente intraocular", explica Virgínia.

Já quando a catarata incide somente sobre um olho, o tratamento é mais complexo. "Quando apenas um olho é acometido pela catarata, é necessário extrair o cristalino e já implantar uma lente intraocular, já que a ambliopia (diferença muito grande de grau entre os olhos) faz com que o cérebro tenha dificuldade de formar uma imagem. Mesmo com a lente implantada, a criança passará por um tratamento de compensação e estímulo visual para evitar o surgimento de ambliopia, com a utilização de tampão e óculos", completa.

Quando o paciente alcançar os 6 anos de idade, a estrutura ocular estará mais desenvolvida, e será submetido a uma nova cirurgia para trocar a lente implantada anteriormente por uma nova que o acompanhará pela vida. A especialista do HOB alerta que "uma operação tardia do cristalino danificado, no caso da catarata congênita, depois dos 3 meses de idade, comprometerá severamente a qualidade de visão do paciente ao longo da vida".


Cuidados
A oftalmo-pediatra do HOB lembra que é extremamente importante que os pais exijam que o hospital onde for realizar o parto faça o exame do reflexo vermelho (teste do olhinho), obrigatório desde 2009 em todas as maternidades brasileiras. "Os pais devem ficar atentos aos menores sinais de que algo não vai bem com os olhos dos filhos, desde manchas, variações de cor da pupila ou dificuldade para enxergar.
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domingo, 17 de outubro de 2010

Oftalmologista explica como funcionam e para que servem os óculos usados pelo mineiros no Chile

Lentes têm função protetora para readaptação à luz natural











O resgate dos 33 mineiros que estavam presos na mina San José, no Chile, foi cercado de cuidados com a saúde dos sobreviventes com foi amplamente divulgado pela imprensa mundial. Uma dessas precauções foi o fato de todos os homens saírem da mina usando óculos escuros especiais.

Segundo o oftalmologista Canrobert Oliveira, do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), esses equipamentos são dotados de lentes polarizadas, especialmente desenvolvidas para proteger a visão dessas pessoas que passaram quase 70 dias sem ver a luz natural.

Oliveira explica que os mineiros irão precisar passar por uma espécie de descompressão com readaptação em várias áreas do organismo, e os olhos merecem atenção especial.

— O organismo humano tende a se adaptar às situações mais adversas e neste caso, o mineiros, embora já estivessem habituados a trabalhar longe da luz do sol, passaram um tempo recorde distante da luz natural — destaca.

O especialista explica que a função dos fotorreceptores neuronais responsáveis pela visão no ambiente claro e visão de cores, os cones, praticamente não eram exigidos naquela situação, enquanto os bastonetes, responsáveis pela visão no escuro, foram muito exigidos.

Ao voltar à superfície, os mineiros não estavam preparados para enfrentar o impacto da luminosidade. Segundo Canrobert, a adaptação do organismo para utilização desses pigmentos deve ser gradual.

O oftalmologista relata que os mineiros passaram por uma situação nova sobre a qual pode-se fazer deduções que orientaram os tratamentos que estão recebendo neste momento.

— Nossos olhos são cenário de uma grande combustão bioquímica decorrente da sua função fotossensível. Suas membranas transparentes são alvo dos raios ultravioleta, especialmente os do tipo B, mais nocivos. A ação desses raios ultravioleta é extremamente oxidante e os produtos dessas reações determinam danos irreparáveis se as vitaminas A,C, E e a riboflavina, não forem consideradas na alimentação balanceada que receberam. A rodopsina, pigmento derivado da Vitamina A, consumida na função de enxergar, foi, nesse período, pouco utilizada pelos cones, mas violentamente consumida nos bastonetes — explica.

Oliveira ressalta que os óculos com lentes polarizadas acrescentam um diferencial nessa readaptação do organismo, pois filtram até 99% do brilho ou luz refletida na horizontal, muito comum no amanhecer e no crepúsculo deixando passar apenas a luz vertical.

Considerando que a musculatura da íris responsável pelo fechamento da pupila quando os olhos são expostos à luz permaneceu praticamente em desuso nesses 69 dias, também aqui as lentes que filtram os raios UVA e UVB são extremamente importantes na proteção das lentes naturais do olho, córnea e cristalino, e também dos neurônios da retina.

— Agora, os sobreviventes serão tratados de forma a repor os nutrientes que também foram perdidos pelas condições em que ficaram e não apenas no que diz respeito à visão, porque vários órgãos devem ter sido levados a uma hipofunção tendendo inclusive a atrofia — completa.

Diário Gaúcho



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