x

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

13 de Dezembro - Dia de Santa Luzia, Dia do Deficiente Visual e Dia do Ótico


O cardeal Arns, em "Santos e Heróis do Povo", escreve: "É reconhecida como protetora de todos os que sofrem de algum mal da vista ou mesmo ‘protetora dos olhos’, como se diz". Completa: "Diz a lenda que ela preferiu arrancar os olhos e oferecê-los numa bandeja a seu torturador, a renunciar à própria fé".
Santa Luzia, Rogai por nós!

Quem foi Santa Luzia - Conheça a história da santa protetora dos olhos

Santa Luzia (ou Santa Lúcia), cujo nome deriva do latim, é muito amada e invocada como a protetora dos olhos, janela da alma, canal de luz.

Conta-se que pertencia a uma família italiana e rica, que lhe deu ótima formação cristã, ao ponto de Luzia ter feito um voto de viver a virgindade perpétua. Com a morte do pai, Luzia soube que sua mãe queria vê-la casada com um jovem de distinta família, porém pagão. Ao pedir um tempo para o discernimento foi para uma romaria ao túmulo da mártir Santa Ágeda, de onde voltou com a certeza da vontade de Deus quanto à virgindade e quanto aos sofrimento por que passaria, como Santa Ágeda.

Vendeu tudo, deu aos pobres e logo foi acusada pelo jovem que a queria como esposa. Santa Luzia, não querendo oferecer sacrifício ao deuses e nem quebrar o seu santo voto, teve que enfrentar as autoridades perseguidoras e até a decapitação em 303, para assim testemunhar com a vida, ou morte o que disse: "Adoro a um só Deus verdadeiro, e a ele prometi amor e fidelidade".

Somente em 1894 o martírio da jovem Luzia, também chamada Lúcia, foi devidamente confirmado, quando se descobriu uma inscrição escrita em grego antigo sobre o seu sepulcro, em Siracusa, Ilha da Sicília. A inscrição trazia o nome da mártir e confirmava a tradição oral cristã sobre sua morte no início do século IV.

Mas a devoção à santa, cujo próprio nome está ligado à visão ("Luzia" deriva de "luz"), já era exaltada desde o século V. Além disso, o papa Gregório Magno, passado mais um século, a incluiu com todo respeito para ser citada no cânone da missa. Os milagres atribuídos à sua intercessão a transformaram numa das santas auxiliadoras da população, que a invocam, principalmente, nas orações para obter cura nas doenças dos olhos ou da cegueira.

Diz a antiga tradição oral que essa proteção, pedida a santa Luzia, se deve ao fato de que ela teria arrancado os próprios olhos, entregando-os ao carrasco, preferindo isso a renegar a fé em Cristo. A arte perpetuou seu ato extremo de fidelidade cristã através da pintura e da literatura. Foi enaltecida pelo magnífico escritor Dante Alighieri, na obra "A Divina Comédia", que atribuiu a santa Luzia a função da graça iluminadora. Assim, essa tradição se espalhou através dos séculos, ganhando o mundo inteiro, permanecendo até hoje.

Luzia pertencia a uma rica família de Siracusa. Sua mãe, Eutíquia, ao ficar viúva, prometeu dar a filha como esposa a um jovem da Corte local. Mas a moça havia feito voto de virgindade eterna e pediu que o matrimônio fosse adiado. Isso aconteceu porque uma terrível doença acometeu sua mãe. Luzia, então, conseguiu convencer Eutíquia a segui-la em peregrinação até o túmulo de santa Águeda ou Ágata. A mulher voltou curada da viagem e permitiu que a filha mantivesse sua castidade. Além disso, também consentiu que dividisse seu dote milionário com os pobres, como era seu desejo.

Entretanto quem não se conformou foi o ex-noivo. Cancelado o casamento, foi denunciar Luzia como cristã ao governador romano. Era o período da perseguição religiosa imposta pelo cruel imperador Diocleciano; assim, a jovem foi levada a julgamento. Como dava extrema importância à virgindade, o governante mandou que a carregassem à força a um prostíbulo, para servir à prostituição. Conta a tradição que, embora Luzia não movesse um dedo, nem dez homens juntos conseguiram levantá-la do chão. Foi, então, condenada a morrer ali mesmo. Os carrascos jogaram sobre seu corpo resina e azeite ferventes, mas ela continuava viva. Somente um golpe de espada em sua garganta conseguiu tirar-lhe a vida. Era o ano 304.

Para proteger as relíquias de santa Luzia dos invasores árabes muçulmanos, em 1039, um general bizantino as enviou para Constantinopla, atual território da Turquia. Elas voltaram ao Ocidente por obra de um rico veneziano, seu devoto, que pagou aos soldados da cruzada de 1204 para trazerem sua urna funerária. Santa Luzia é celebrada no dia 13 de dezembro e seu corpo está guardado na Catedral de Veneza, embora algumas pequenas relíquias tenham seguido para a igreja de Siracusa, que a venera no mês de maio também.

Oração de Santa Luzia
Santa Luzia, Virgem e Mártir, que tanto agradastes ao Senhor, preferindo sacrificar a vida a lhe ser infiel, vinde em nosso auxílio e por meio de vossa intercessão livrai-nos de toda a enfermidade dos olhos e do perigo de perdê-los. Possamos por vossa intercessão passar a vida na paz do Senhor chegando um dia a vê-lo com os olhos transfigurados na eterna pátria dos céus.
Amém!

Santa Luzia...rogai por nós

Fonte: Santa Luzia Net

--------------------------------------------------------------------------------
Dia da Santa Luzia

A Capela de Santa Luzia e Menino Jesus de Praga, também conhecida por Igreja de Nossa Senhora da Cabeça, celebra a Santa Missa Tridentina (termo relativo ao Concílio de Trento [1545-1563] que unificou a prática litúrgica na Igreja Ocidental), em latim e português e com Canto Gregoriano nos domingos às 11:00h e às 16:30h. Fica ao lado da Catedral da Sé, na Rua Tabatingüera, 104, Centro.
--------------------------------------------------------------------------------




CAPELA DE SANTA LUZIA E MENINO JESUS DE PRAGA
(IGREJA DE NOSSA SENHORA DA CABEÇA)


Capela feita a expensas de Anna Maria de Almeida Lorena Machado, inaugurada a 13/12/1901, durante a festa de Santa Luzia.

A Capela do Menino Jesus e de Santa Luzia, situada na Rua Tabatinguera, 104, no Bairro da Sé, no Centro da Cidade de São Paulo, com seu estilo neo-gótico (estilo típico das construções brasileiras erguidas no início do século XIX, onde se observa uma junção do estilo gótico medieval com estilos clássicos, junção esta encontrada nas antigas catedrais francesas), como a Catedral da Sé (início da construção em 1913), foi tombada pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado (CONDEPHAAT).

Essa Capela, que possui um enorme valor em virtude de sua pintura mural estar totalmente preservada, foi construída pelo Arquiteto Domingos Delpiano (nascido na Itália, foi um dos sete primeiros padres salesianos que chegaram ao Brasil em 1883. É dele o projeto e a construção de várias obras, dentre as quais se destaca o Monumento a Maria Auxiliadora, para propagar sua devoção à Santa, construído em Niterói, no alto de uma colina, a cem metros do nível do mar, sobre uma rocha que lhe serve de alicerce).

As obras ornamentais são de autoria do pintor florentino Orestes Sercelli. A Capela de Santa Luzia hoje é de propriedade da Mitra Diocesana e está localizada onde outrora existiu uma Chácara, de propriedade da bisneta do Conde de Sarzedas (Capitão General Bernardo José de Lorena, Governador da Capitania de São Paulo), Anna Maria de Almeida Lorena Machado, uma “virtuosa dama da sociedade paulista”, como a definiu um jornal da época, que envidou grandes esforços para construir, em sua chácara, uma capela para homenagear o Menino Jesus e Santa Luzia, santos de sua devoção.

A Capela sempre foi mantida em perfeito estado de conservação por Anna Maria, que patrocinava festas celebradas sempre nos dias 13 e 25 de dezembro, religiosamente.

Conforme narrado pela família da fundadora, sua devoção ao Menino Jesus e à Santa Luzia nasceram devido ao fato de, ao retornar de uma viagem de navio que fez a Paris, após ter havido um naufrágio, onde muitas pessoas perderam a vida, Dona Anna Maria foi salva e perdeu todos os seus pertences, entre eles uma lindíssima imagem, estimada por toda sua família, do Menino Jesus de Praga. Desesperada, começou a rezar, fervorosamente, por um milagre: o de reaver a imagem do Menino Jesus. Estando na praia, ao amanhecer, posto que se salvara e aguardava o retorno, viu, flutuando, a imagem se aproximar. Anna Maria foi correndo ao seu encontro e, nesse momento, prometeu que, ao regressar ao Brasil, construiria uma Capela em honra ao Menino Jesus e Santa Luzia, o que realizou em 13 de dezembro de 1901, vindo a falecer em 11 de junho de 1903.

Após sua morte, seus herdeiros mantiveram os cultos na Capela, em atenção a pedido expresso deixado em seu testamento. Com o passar do tempo, os herdeiros começaram a enfrentar problemas financeiros e os cultos e a conservação da Capela foram se tornando mais difíceis para eles, razão pela qual delegaram tal tarefa à Cúria Metropolitana, que se incumbiu dos cuidados até 1921, quando a incumbência passou a ser das religiosas Servas do Santíssimo Sacramento, que vieram a São Paulo para instalar a primeira sede da Adoração Perpétua ao Santíssimo Sacramento.

Em 1929, as religiosas se mudaram para um prédio na Rua da Glória e o cuidado da Capela passou aos Padres Sacramentinos. Tempos depois, a Capela do Menino Jesus e de Santa Luzia passou a ser cuidada pelos Missionários de São Francisco de Salles, que estabeleceram ali a Capelania dos franceses durante 30 anos até transferi-la para o Colégio Pasteur.

A Missão Católica Espanhola instalou-se na Capela e ficou ali por seis anos. Após a saída dos padres espanhóis, a Capela ficou praticamente abandonada. Eis que, em 1970, a pedido de Dom Agnelo Rossi, assumiu a Capelania Dom Ernesto de Paula, bispo da Diocese de Piracicaba que, mesmo com sérios problemas de saúde e com idade avançada, imprimiu uma nova vida à Capela: restaurou o salão paroquial; construiu a ante-sala da sacristia; promoveu festas religiosas e a devoção do Menino Jesus e Santa Luzia, recolheu valiosas obras de arte e as encaminhou ao Museu de Arte Sacra, na Avenida Tiradentes, entre outros feitos.

Dom Ernesto faleceu em 1994 e está sepultado na Cripta da Catedral da Sé. Nesse mesmo ano de 1994, mais precisamente no dia 13 de junho, a Capela do Menino Jesus e de Santa Luzia foi tombada.



Obras sacras que lá se encontram:
1.São Judas e o Soldado Romano.
2.Menino JESUS.
3.São José e o menino JESUS( no colo).
4.NOSSA SENHORA DA CABEÇA (com uma cabeça na mão e JESUS no colo).
5.Santa MADALENA.
6.Azulejo da N. Sra. da Cabeça.
7.Capela externa com imagem da Sta. Luzia e N. S. da Cabeça.
8. Velário com imagem de Jesus na Cruz.

Revista SP


Fotos: Tanoh
.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu amo essa igreja eu vou sempre participar da Missa Tridentina nessa capela.