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segunda-feira, 29 de junho de 2009
Óculos interativos inteligentes atendem a comandos dos olhos
Utilizando um minúsculo chip com um rastreador do olho, os novos óculos interativos permitem que o usuário selecione os dados a serem visualizados
As telas incorporadas em óculos e em capacetes já fazem parte do dia-a-dia dos pilotos de caças. Há especulações de que algumas equipes de Fórmula 1 já os utilizam, mas esses equipamentos continuam na categoria de promissores, não tendo ainda conquistado um uso mais largo, nem mesmo nos games e ambientes de realidade virtual.
Óculos interativos inteligentes
Agora, engenheiros alemães resolveram dar um incremento nesses equipamentos-conceito, incorporando-lhes "inteligência": utilizando um minúsculo chip com um rastreador do olho, os novos óculos interativos permitem que o usuário selecione os dados a serem visualizados - e isto usando apenas o próprio olhar.
Essas minúsculas telas, conhecidas pela sigla HMD ("Head-Mounted Displays": telas montadas na cabeça), até agora eram uma via de dados de mão única, apenas mostrando informações. "Nós queremos tornar esses óculos bidirecionais e interativos, para que novas áreas de aplicação se abram," explica o Dr. Michael Scholles, do Instituto Fraunhofer.
Comandos com os olhos
Os novos HMDs são conectados a um PDA, responsável por detectar os comandos emitidos pelos olhos do usuário e acionar o programa rodando no computador principal, que envia os dados para os óculos.
O objetivo da inovação é dar aos projetistas e engenheiros uma forma de selecionar rapidamente uma parte do projeto para dar um zoom. Tudo o que o usuário precisa fazer é fixar o olhar em determinado ponto da imagem. Sem usar diretamente qualquer outro equipamento - nem mouse e nem teclado - é possível abrir um menu, selecionar opções e até alterar as imagens mostradas.
Chip orgânico
O chip mede 19,3 por 17 milímetros. No protótipo ele está fixado na parte superior da armação dos óculos. A imagem da microtela é projetada diretamente na retina do usuário, dando a sensação de que ela está sendo visualizada de uma distância de cerca de um metro.
Como a imagem precisa superar a claridade do ambiente, os pesquisadores tiveram que apelar para os LEDs orgânicos, diodos emissores de luz estado-da-arte, capazes de gerar uma luminosidade muito elevada em comparação com os LEDs tradicionais.
Além dos engenheiros, os pesquisadores esperam que os novos óculos encontrem uso também entre os médicos e cirurgiões, que poderão acessar dados do paciente e imagens de exames enquanto fazem a operação.
Inovação Tecnológica
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terça-feira, 16 de junho de 2009
Computador x visão da criança
Estudo mostra que horas excessivas na frente da tela podem prejudicar a visão do seu filho
Se o computador já faz parte das atividades diárias do seu filho, com certeza uma de suas preocupações é com a segurança do que ele está vendo. Mas, e o tempo em que ele passa na frente da dela? Estudo realizado pelo oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, do Instituto Penido Burnier, de Campinas, analisou 360 crianças, entre 9 e 13 anos, que ficavam por horas sem parar usando computador ou videogame. O resultado mostrou que 21% delas tinham miopia (quando a criança enxerga bem imagens próximas e vê mal as distantes).
Embora a hereditariedade desempenhe um papel importante na miopia, essa pesquisa preliminar mostra que certos hábitos cada vez mais precoces na vida das crianças, como o uso constante do computador, podem influenciar no surgimento da miopia transitória ou acomodativa. “Ela acontece quando a criança treina o olho para enxergar só de perto, provocando uma dificuldade de foco para longe”, diz Leôncio. Mas isso não significa que ela precise de óculos nesse primeiro momento.
A criança deve ser avaliada pelo especialista para confirmar a miopia transitória, que com uma mudança na rotina já é capaz de reverter o quadro. Segundo Leôncio, o ideal é que a cada 50 minutos no computador a criança descanse meia hora. “Ela precisa parar e olhar para longe, mudar o foco, e brincar mais ao ar livre”, diz.
Outra observação do especialista é em relação à posição do computador em casa, que geralmente está preparado para uso do adulto. Entre as dicas, ele destaca que o correto é quando a criança fica com a cabeça reta e uma distância de, pelo menos, 60 cm entre os olhos e a tela. Prefira também monitores maiores, que não forçam tanto a visão do seu filho e a sua.
Consultas
Não se esqueça. Quando se fala na visão da criança, o diagnóstico precoce de qualquer problema é fundamental. Por isso, até os 2 anos você deve levar seu filho ao oftalmologista. Como a visão se desenvolve completamente até os 7 anos, em média, fica mais difícil resolver erros de refração depois dessa idade.
Ana Paula Pontes - Revista Crescer
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Terapia com células-tronco pode curar cegueira
Aprovada obrigatoriedade de exame de vista em recém-nascido
sexta-feira, 5 de junho de 2009
Brasil tem apenas 60 cães guias para 2 milhões de deficientes visuais
Rodrigo Marcondes/Folha Imagem
Thays Martinez, 35, posa para foto com Diesel, 2, seu novo cão guia; advogada perdeu a visão quando tinha quatro anos de idade
Quando Boris, um labrador de dez anos, se aposentou, no final de 2008, Thays Martinez, 35, precisou encontrar um novo companheiro de caminhada. O escolhido foi Diesel, 2, da mesma raça. "Estamos nos adaptando, e ele é excelente", afirma a advogada, que perdeu a visão aos quatro anos e foi pioneira no uso de cão guia para se locomover em São Paulo.
Adaptação, no caso, é aumentar a sintonia entre ambos, para que o animal leia automaticamente os comandos da dona.
No Dia Internacional do Cão Guia, comemorado em 29 de abril, lá estava Diesel, que estreou na função há quatro meses, no shopping Iguatemi. Ele participou do evento de conscientização promovido pelo Iris (Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social), fundado por Thays em 2002.
Ela ficou conhecida como a "moça do cão guia" por ter sido barrada no metrô de São Paulo em maio de 2000. Saiu vitoriosa de uma batalha judicial que fez de Boris o primeiro animal autorizado a guiar um cego pelos trens urbanos da cidade. Um marco na garantia do direito de ir e vir dos deficientes visuais.
Há muito a conscientizar e pouco a festejar sobre o assunto. Treinado nos EUA, Diesel é um dos 60 cães que guiam deficientes no Brasil, enquanto existem quase 2 milhões de cegos no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Só no Iris, mais de 2.000 pessoas esperam na fila por um cão guia. Um dos motivos da espera é que poucas ONGs brasileiras se dedicam ao treinamento. É o caso do Instituto de Integração Social e de Promoção da Cidadania (Integra), localizado em Brasília, que desenvolve o projeto Cão Guia de Cegos, desde 2002, em parceria com o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
De lá, saíram 26 cães guias que estão espalhados pelo Brasil. "Podemos capacitar mais, só que faltam recursos", diz Michele Pöttker, coordenadora do projeto que tem patrocínio de empresas como Bayer e Premier.
A ONG tem mais de 250 pessoas cadastradas para receber um cão. "O treinamento e a manutenção de cada animal custam em torno de R$ 20 mil para a entidade", estima Michele. O usuário não paga pelo cão. As únicas despesas são de alojamento e alimentação no período de adaptação -que dura de 15 a 25 dias. A diária fica em torno de R$ 60.
Já o Iris não realiza treinamento completo no Brasil. O instituto paulistano fez uma parceria com a Leader Dogs, escola de treinamento de Detroit, nos Estados Unidos. "A escola nos doa oito cães por ano, e conseguimos, a duras penas, mandar os deficientes para lá", explica Thays. O parceiro brasileiro banca passagens e um dossiê em inglês contendo informações e imagens do usuário.
O processo esbarra na falta de recursos. "Se fizéssemos o treinamento por aqui, seria menos burocrático e mais deficientes teriam cão guia", afirma. Em 2009, o Iris deve enviar mais oito cegos aos EUA.
O advogado Genival dos Santos, 30, foi um dos deficientes apadrinhados pelo Iris. "Em 2006, fui aos Estados Unidos 'buscar' meus olhos." Layla, uma labrador de três anos e meio, possibilita a vida agitada de Genival. "Ela me acorda todos os dias às 6h. Vamos a uma praça para que faça suas necessidades e seguimos para o trabalho", conta.
Genival trabalha em um banco na avenida Paulista que, segundo ele, trata Layla como "funcionária". "Ela tem uma graminha especial, dentro do banco, para fazer xixi quando der vontade."
Morador do Jabaquara, ele usa o metrô diariamente e fez amigos pelo trajeto. Mas ainda sofre com a desinformação da população: "Layla é sempre distraída pelas pessoas. Acham que ela não saberá me conduzir na escada rolante e na entrada do trem".
Incidente no metrô
A boa vontade pode atrapalhar. Há poucos dias, Genival tropeçou quando ia entrar no metrô justamente porque um passageiro tentou lhe dar a mão. "As pessoas não confiam no cão guia", constata.
Para o treinador Moisés Vieira Jr., há 13 anos na função, a principal característica que um animal deve ter para virar guia é ser fiel ao dono. "Todo cão pode aprender, desde que seja bem treinado e que tenha um comportamento que mescle segurança e obediência."
Foram tais qualidades de Boris que conquistaram Thays. O cão guia era sua sombra e adivinhava suas vontades. O sinal de que era hora de aposentá-lo veio depois de um incidente: Boris não conseguiu desviar a dona de uma escada em plena Paulista.
Resultado: ela bateu a cabeça na escada. "Eu chorava de tristeza, e as pessoas achavam que era de dor", conta Thays, que se deu conta de que era hora de dar descanso a quem lhe serviu tanto.
Para ser um cão guia
- O animal deve ter comportamento dócil e estável, além de ser sociável, atencioso, obediente e de não se distrair facilmente.
- No Brasil, o labrador é a raça mais utilizada, seguida do golden retriever e do pastor alemão, que é a preferida no exterior.
- O cão selecionado vai para a casa de uma família, onde permanece por até dez meses. Em seguida, volta para a escola e fica de seis meses a um ano em treinamento específico com os treinadores.
- Por fim, o animal treinado passa por um processo de adaptação ao usuário, de forma que o deficiente encontre um cão adequado às suas necessidades.
DAYA LIMA da Revista da Folha
Mais informações:
http://www.iris.org.br/ ou http://www.bayerpet.com.br/.
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Azeite evita a perda da visão
O consumo de gorduras saudáveis, além de todos os benefícios cardiovasculares, está também relacionado à saúde dos olhos. Foi o que comprovou um estudo publicado na revista científica Archives of Ophthalmology. Alimentos ricos em ômega 3, como peixes, azeites e castanhas, reduzem o risco da degeneração macular, tipo de lesão na retina que pode levar a uma perda irreversível da visão. Constatou-se ainda que nos indivíduos que já apresentavam a degeneração macular a ingestão desse tipo de gorduras impediu o seu avanço.
Nova técnica restaura visão de cego que volta a dirigir.
Nigel Cook foi obrigado a desistir da sua profissão na polícia, entregou a carta de condução às autoridades e alterou todas as suas rotinas diárias. A degeneração macular, condição que obscurece a visão central devido a lesões na retina, foi a causa das mudanças na vida deste britânico.
Mas Cook descobriu recentemente forma de contornar as consequências da sua doença oftalmológica, submetendo-se a uma intervenção pioneira no Optegra Eye Hospital, em Guildford, no Reino Unido. Segundo a Sky News, Andrew Luff foi o médico responsável pela aplicação do método no hospital, que consiste em implantar duas minúsculas lentes de plástico em cada um dos olhos; estas actuam como um telescópio e aumentam as imagens captadas pelo olho, permitindo ao paciente usar mais do que a sua visão periférica e aperceber-se de detalhes que antes não eram visíveis.
Os candidatos à operação terão de desembolsar, no entanto, cerca de 6000 libras (quase 7000 euros), uma vez que a intervenção se realiza apenas no privado.
E apesar de Luff garantir que um quarto dos seus pacientes recuperam significativamente a visão e metade sentem melhoras de algum nível, o presidente do Royal College of Ophthalmologists, Winfried Amoaku, exige mais pesquisa para se certificar dos benefícios deste tratamento.
Fonte: Ciência - DN
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